O lote 6 do novo pacote de concessão de rodovias do Paraná, com 660 km de extensão, promete duplicar 462 km até 2034. A expectativa é que o projeto traga mais segurança às estradas, mas também há apreensão sobre os custos para os usuários.
De acordo com João Arthur Mohr, diretor da FIEP, o projeto prevê um volume inédito de duplicações em um curto período de tempo. “Nunca aconteceu um volume de tanta duplicação em tão curto prazo que vai acontecendo no lote 6. Realmente, em termos de obras, o volume de duplicações tem mais de 100 viadutos a serem construídos nos 600 quilômetros do lote. Ou seja, dá uma média de um viaduto a cada seis quilômetros”, destacou Mohr.
No entanto, ele também alertou sobre os preços dos pedágios: “Em termos de preços, a gente vai ter um preço para pagar, né? Então, não é um pedágio barato, não vai ser um pedágio barato.”
Os valores iniciais, divulgados pela ANTT na semana passada, não são animadores. A tabela de tarifas nas praças da Região Oeste do Paraná mostra pequenas reduções em relação aos preços antigos, mas ainda assim os valores permanecem elevados:
Um carro que sai de Foz do Iguaçu até o Trevo do Relógio, em Prudentópolis, pagará R$ 86, uma redução de 25% em relação ao preço antigo de R$ 115. Para caminhões, a queda é de 14%, passando de R$ 100 para R$ 86.
Porém, Mohr explica que os descontos dependem da concorrência no leilão, marcado para 19 de dezembro. “Se não tiver concorrência, se tiver um consórcio único, provavelmente o desconto será muito perto de zero. Agora, se tiver dois ou três consórcios, a gente estima que, por exemplo, esse desconto possa chegar em 20%.”
Outro ponto de preocupação é o chamado “degrau tarifário”. À medida que as pistas forem duplicadas, as concessionárias poderão aumentar as tarifas em 40%. “Se fizer uma estimativa, esse R$ 86 pode aumentar uns 30%, chegando a cerca de R$ 105 ou R$ 110”, calcula Mohr.
As primeiras obras de duplicação precisam ser entregues a partir do terceiro ano da concessão. O trecho inicial, entre Matelândia e Cascavel, na BR-277, deve ser concluído até 2028. Outros trechos importantes incluem a Serra da Esperança, em Guarapuava, e a BR-163, entre Pato Branco e Francisco Beltrão. A previsão é que a BR-277 em Cascavel seja duplicada até o sexto ano de concessão.
Além das duplicações, o projeto prevê a construção de viadutos para evitar retornos em nível. “Em todos os acessos de cidades, haverá viadutos”, afirma Mohr.
Com o leilão marcado para 19 de dezembro, a assinatura do contrato está prevista para abril de 2025, marcando o início de um novo capítulo na infraestrutura rodoviária do Paraná.
Fonte: Catve