A baixa cobertura da vacinação contra a gripe em crianças de até seis anos no Paraná é motivo de preocupação para o secretário de Estado da Saúde, César Neves. Em entrevista à Banda B, nesta terça-feira (16), ele revelou o dado de, aproximadamente, 36% do público-alvo vacinado em 2024; comparado com 2022, em meio à pandemia de Covid-19, o número bateu 80% de crianças imunizadas. Diante dessa baixa, segundo ele, o alerta se faz necessário.
Por conta do cenário, a Secretaria de Estado da Sáude (Sesa) criou uma força-tarefa visando aumentar a cobertura vacinal dos imunizantes que compõem o Calendário Nacional de Vacinação, com foco especial em crianças e adolescentes. A ação da secretaria é direcionada para as vacinas Influenza, Pentavalente, DTP, Pneumocócica 10 e Poliomielite, que estão com baixa adesão no Paraná.
Neves destaca que o objetivo é ampliar a proteção contra doenças preveníveis e evitar uma sobrecarga na Rede Hospitalar Estadual, especialmente nesta época do ano com temperaturas mais baixas em todo o Paraná.
Isso é um motivo de grande apreensão da nossa parte, porque temos as vacinas nos estoques e estamos entrando agora no período mais agudo do frio em nosso Estado. E a baixa adesão às vacinas vai repercutir automaticamente ali na frente, em superlotação de prontos-socorros, de Unidades de Pronto-Atendimentos (UPAs), de unidades de saúde, e vão requerer uma taxa de leitos, uma ocupação de leitos que nós não desejamos.
César Neves, secretário de Estado da Saúde.
Além das crianças, Neves citou a queda da cobertura em relação aos povos indígenas. Em 2023, pontua o secretário, a campanha contava com 96,7% de indígenas vacinados no Paraná. Atualmente, o número está em 69%. “Isso repercute a outros públicos-alvo e torna todas essas comunidades extremamente vulneráveis aos rigores do nosso inverno”, completa.
A ação inclui, ainda, uma parceria entre as secretarias de Saúde e de Educação para reforçar a necessidade da carteirinha em dia na volta às aulas neste ano letivo.
A Sesa contabilizou mais de 12 mil casos e 867 mortes de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAGs) somente neste ano. Os números, divulgados no Informe Epidemiológico de Monitoramento dos Vírus Respiratórios da última semana, apontam um aumento de mais de 41% comparado com o informe mensal de junho.
Em relação à quantidade de vacinas aplicadas, dados do Vacinômetro Nacional do Ministério da Saúde mostram que mais de 2 milhões de doses foram aplicadas na Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe no Paraná este ano.
O número de aplicações corresponde a uma adesão de 60% dentre os 4 milhões de imunizantes enviados pelo Ministério da Saúde para o Estado. Já com relação à cobertura vacinal da Influenza, o Estado possui 45,19% de adesão.
Quanto menos a nossa população, nosso povo, tiver vacina, o que acontece? Isso vai repercutir nas portas das nossas UPAs, pronto-atendimentos e hospitais. Aquela corrida insana atrás de leitos. Então, nós temos que fazer a nossa parte do ponto de vista epidemiológico. Nenhuma doença é erradicada por um decreto. O que erradica a doença é vacina no braço ou as gotinhas.
Então, mais uma vez, quero conclamar a audiência da Banda B e dizer que as vacinas estão disponíveis nas unidades de saúde de todo o estado do Paraná e nós conclamamos para que, especialmente, os pais ou os idosos procurem as unidades para que a gente não sofra com os rigores no inverno
César Neves, secretário de Estado da Saúde.
Apesar dos números que preocupam a Sesa, o Paraná ainda não decretou situação de emergência em saúde pública por conta do aumento de casos de SRAGs.
Com informações de BandaB.
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