Na última terça-feira (24), o Relógio do Juízo Final, que mede o fim dos tempos, revelou que a humanidade jamais esteve tão perto do cataclismo planetário. A mudança dos ponteiros considerou a guerra na Ucrânia, as tensões nucleares e a crise climática.
A cada ano, a junta de ciência e segurança do Boletim e seus patrocinadores, entre os quais figuram 11 prêmios Nobel, tomam a decisão de reposicionar os ponteiros deste relógio.
O Boletim dos Cientistas Atômicos moveu, então, os ponteiros para 90 segundos para meia-noite. Marca mais baixa desde 2020, quando foi feita a última mudança para 100 segundos.
Desde 2020, conforme aponta o Boletim, as coisas pioraram. Em um comunicado, cientistas afirmam que, neste ano, adiantou-se os ponteiros “devido, em grande parte, mas não exclusivamente, à invasão da Ucrânia por parte da Rússia e ao maior risco de uma escalada nuclear”.
Também pesam “as ameaças contínuas representadas pela crise climática e o colapso das normas e instituições globais necessárias para mitigar os riscos associados com o avanço das tecnologias e as ameaças biológicas como a Covid-19”, acrescentou.
Quando o Relógio do Juízo Final foi criado, em 1947, depois da Segunda Guerra Mundial, faltavam sete minutos para a meia-noite. O relógio chegou a ficar a 17 minutos para o horário do apocalipse depois do fim da Guerra Fria, em 1991.
A ideia do relógio é mensurar quão perto a humanidade está de destruir o mundo. Dessa forma, criou-se o Boletim como uma estratégia para se colocar em debate temas relacionados à mudanças climáticas, conflitos políticos e outros temas científicos.
O Boletim dos Cientistas Atômicos foi fundado em 1945 por Albert Einstein, J. Robert Oppenheimer e outros cientistas que trabalharam no Projeto Manhattan, que produziu as primeiras armas nucleares.
O que acontece se o relógio chegar à meia-noite?
Isso nunca aconteceu e Rachel Bronson, presidente e CEO do Boletim, espera que isso nunca aconteça:
“Quando o relógio bate meia-noite, significa que ocorreu algum tipo de troca nuclear ou mudança climática catastrófica que acabou com a humanidade. Portanto, não queremos chegar lá e não saberemos quando chegaremos”.
explica.