O chamado “estoque de todos os empréstimos feitos por instituições financeiras no Brasil” atingiu o valor de R$ 4,711 trilhões, em fevereiro. Esses números mostram alta de 0,8% em relação a janeiro e de 16,6% em 12 meses. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (28/04), em Brasília pelo Banco Central (BC). O valor representa 53,3% do Produto Interno Bruto (PIB).
Enquanto isso, a taxa média de juros para pessoas físicas ficou em 48,1% ao ano. Para o mês teve aumento de 1,8 ponto percentual em relação a janeiro. No ano, o aumento chegou a 3,1 pontos percentuais e, em 12 meses, a 8 pontos percentuais, sobre o período anterior. Quanto às empresas, o aumento foi de apenas de 0,1 ponto percentual de um mês a outro e em 12 meses, a 7,7 pontos percentuais. Os juros cobrados das empresas ficaram em 21,5% ao ano, em fevereiro.
O rotativo do cartão de crédito, para pessoa física, tem a taxa mais alta: 355,2% ao ano. Houve aumento de 8,9 pontos percentuais, em fevereiro, e de 28,2 pontos percentuais, em 12 meses. Esse é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão e dura 30 dias. Após esse prazo, as instituições financeiras parcelam a dívida.
Na modalidade de parcelamento das compras pelo cartão de crédito, os juros chegaram a 174,3% ao ano em fevereiro, com aumento de 1,8 ponto percentual, no mês. Nessa taxa média estão as compras parceladas, o parcelamento de fatura de cartão de crédito ou o migrado do rotativo e saques parcelados.
Outro vilão é a taxa de juros do cheque especial chegou a 132,6% ao ano, com aumento de 6,9 pontos percentuais, no mês, e de 7,1 pontos percentuais, em 12 meses. Enquanto a taxa de juros do crédito pessoal não consignado subiu para 83,4% ao ano em fevereiro, com aumento de 3,6 pontos percentuais em relação a janeiro e queda de 1,1 ponto percentual, em 12 meses.
A taxa do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) caiu 0,2 ponto percentual, indo para 22,9% ao ano, em fevereiro. Em 12 meses, subiu 4,1 pontos percentuais. Por sua vez, a inadimplência do crédito, considerados atrasos acima de 90 dias, para pessoas físicas, subiu 0,1 ponto percentual, chegando a 4,7%. Para as pessoas jurídicas, a inadimplência caiu 0,1 ponto percentual e ficou em 1,5%.
Todos esses dados de taxas de juros e inadimplência são do crédito livre, em que os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros cobradas dos clientes. De acordo com o BC, greve dos servidores da instituição atrasou a divulgação de relatórios, como esse de hoje das estatísticas de crédito. Com a suspensão da greve, anunciada no último dia 19 de abril a divulgação de estatísticas está sendo normalizada gradualmente.
Da redação com informações e imagem DA Agência Brasil