Polícia

Dezenas de raias e tubarões que surgiram misteriosamente em área de mata foram abandonadas para ‘ocultação’

10 de janeiro de 2022 - Atualizado há mais de 1 ano atrás
3 minutos de leitura

Por Redação 97

Dezenas de raias e tubarões que surgiram misteriosamente em área de mata foram abandonadas para ‘ocultação’

Foto: Instituto Biopesca/Divulgação

Em 23 de dezembro, 55 raias ticonha, a maioria da espécie Rhinoptera bonasus, três tubarões-martelo (Sphyrna) neonatos e uma raia móbula (Mobula sp) foram encontrados sem vida por membros da Aldeia Tapirema, que contataram as autoridades para remove-los do local. O Instituto Biopesca foi acionado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Peruíbe para recolher as carcaças.

Segundo Valle, aspectos como a manipulação, o fato de as carcaças estarem agrupadas e a maré levaram à conclusão da nota técnica. “A gente olha todos esses aspectos, a distância do local até a linha da água, o quanto que tem de faixa de areia, até onde a maré avança quando ela sobe, e a disposição delas no local. Essas análises indicam que essas carcaças foram colocadas lá propositalmente, porque condições para que isso ocorresse naturalmente não existem no local”.

Ele reforça que não há como saber a distância do local onde esses animais teriam sido pescados. “A distância de onde vieram a gente não tem como afirmar, agora, a gente sabe que, a partir do momento que há uma tentativa de ocultação, isso não deve vir de muito longe. Ninguém vai ficar transportando todas essas raias correndo o risco de ser pego, então, a lógica nos indica que esses animais foram retirados ali perto”.

Para o coordenador do instituto, muitas vezes, esses animais não são alvos de pesca, mas acabam sendo capturados acidentalmente. “A pesca não é da raia e do tubarão, o pescador não vai lá para pegar eles, isso é uma captura acidental, e acontece com vários animais, às vezes golfinhos, tartarugas, algumas aves, como pinguins, por exemplo, que se enroscam [nas redes]”.

“O que precisa é buscar e utilizar técnicas e tipos de rede que permitam que esses animais possam ser retirados da rede e devolvidos ao mar antes que eles venham a óbito”, completa.

Ainda de acordo com Valle, a nota técnica foi encaminhada ao poder público, para que as autoridades possam também buscar medidas para melhorar a fiscalização. “Que possam ajudar a fazer com que apenas aqueles pescadores que atuam dentro da lei e com técnicas permitidas possam atuar. Nosso objetivo foi realmente que a gente pudesse subsidiar as autoridades e o poder público, para que eles busquem medidas para melhorar essa situação”, conclui.

Da redação com informações Itanhaém

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