A Vila criada a partir de João Nunes de Souza, um desbravador que lá no longínquo ano de 1864 doou um terreno para o cemitério do Rio da Várzea, associado ao triunfo das armas brasileiras sobre o Paraguai, na Guerra de mesmo nome, dão origem a São João do Triunfo. Pouco mais de meio século à frente, em 1921, a icônica história da Gruta Imaculada Conceição constituí a nota de fé e permanências.
O vilarejo, na rota das tropas que fazia o trânsito de gado entre São Paulo e Porto Alegre, surge exatamente nesse cenário e com imigrantes europeus e alguns do oriente médio. É quando a história passa pelo padre Francisco Weber, construtor da Gruta Imaculada Conceição. Fatos registrados no livro Tombo do Curato (Paróquia) e somados dos apontamentos pontuais do escritor triunfense Celso Kasprzak.
Em especial na obra: ‘Minha Terra, Meu Triunfo!’ (2015), a história da Gruta Nossa Senhora da Conceição ganha destaque. Quando emancipada de Palmeira, em 1890, a Vila que se estendia até a divisa com o município de União da Vitória passou a ser atendida religiosamente pela recém criada Diocese de Curitiba e quase na virada para o século XX tem a criação em 09 de junho de 1900, do seu Curato.
Com a contribuição pontual de Celso Kasprzak se atribuí ao sacerdote Francisco José Weber, nomeado vigário da Paróquia de São João do Triunfo em 1919, a construção da Gruta. “Segundo a história, após cumprir com suas obrigações diárias na paróquia, o padre costumava desaparecer, sem que ninguém soubesse do seu paradeiro”, relata. Encontrado por um caçador, em meio à mata, esculpindo o local.
“O caçador ficou admirado com o que estava vendo, pois o padre já havia feito o desmatamento necessário, bem como os aterros e, as grutas (esculpidas nos paredões de arenito) estavam praticamente prontas”, acrescenta o escritor. Fato seguinte foi a solicitação para a prefeitura abrir um acesso até o local e revelar a obra prima do padre que é homenageado nominando essa via: Rua Padre Francisco Weber.
“E, em seguida, com autorização da Câmara de Vereadores, o então prefeito José Antonio Distefano transferiu – em doação o terreno onde se situa a Gruta, para a Paróquia São João Batista”. Quinta-feira, dia 8 de dezembro de 1921, no dia dedicado à Santa, a Gruta Nossa Senhora da Conceição foi inaugurada. Reforçando esse exemplo de fé agregado à notícia de milagres que atraíram pessoas de outras cidades por curas.
“Com respeito à imagem do Senhor Bom Jesus (em tamanho natural), que fora colocada numa gruta grande (a maior delas), ocorreu o seguinte: depois de alguns anos da inauguração do parque, houve um grande desabamento de terra e pedras sobre a cobertura da referida gruta. Mas, por um milagre a imagem do Senhor Bom Jesus nada sofreu. Sequer saiu do lugar”, aponta Celso Kasprzak.
O clero decidiu mudar a imagem para a Igreja Matriz triunfense para melhor preservá-la, após esse episódio. As imagens colocadas no espaço religioso foram importadas da França. Em 26 de abril de 1990 e através da Lei n° 549 foi feito o tombamento do parque; e em novembro de 2007, por meio de comodato em prefeitura e mitra, a manutenção e preservação passaram a ser responsabilidade do executivo.
08 de dezembro é dia de Nossa Senhora da Imaculada Conceição é data de homenagens. “A Gruta é o cartão postal da cidade!”, enaltece o escritor. Celso Kasprzak destaca ainda que o local se tornou espaço de fé e busca de curas. Sem um registro oficializado, de milagres propriamente ditos, mas o simples fato do desabamento e a imagem do Senhor Bom Jesus manter-se intacta faz dali referencial místico.
Da redação com informações da diocese, prefeitura, paróquia e Celso Kasprzak. Imagem/arte: prefeitura de São João do Triunfo