Cidadania

As praças de Ponta Grossa e suas histórias

19 de outubro de 2021 - Atualizado há 5 meses atrás
8 minutos de leitura

Por Redação 97

As praças de Ponta Grossa e suas histórias

Foto feita por Guilherme da Silva Banaczek

As praças podem ser definidas como um espaço público que pertencem à cidade e a sua população para os mais diversos usos. As primeiras praças surgiram na Grécia, onde o propósito era de realizar reuniões para promover discussões e reflexões para a tomada de decisões em prol da comunidade grega. Com o passar do tempo, estes espaços foram se modificando, ganhando novos significados e funções para a população.

No passado, em países europeus como a Itália, o princípio das praças era de comercialização de produtos, já que naqueles espaços, ocorria grande circulação de pessoas. Após determinado período, essas praças passaram a ser utilizadas para encontros religiosos. Para alguns escritores, as praças tem todo um significado social e cultural, sendo que as cidades iam se formando em torno desses espaços.

Ponta Grossa conta com 104 praças espalhadas pelo centro e bairros. Foto: Guilherme da Silva Banaczek

De acordo com dados do departamento de Praças e Parques, vinculado à secretaria do meio ambiente da prefeitura de Ponta Grossa, ao todo, a cidade conta com 104 praças espalhadas por diversos bairros, porém, cerca de trinta e nove possuem somente canteiros. As principais praças estão localizadas na região central da cidade, isso se dá em razão da frequência de visitantes. Essas, possuem grande infraestrutura, como parquinhos infantis, quadras de vôlei, campo de society, academia ao ar livre, pistas de skate, dentre outras funcionalidades.

Umas das mais antigas e mais famosas praças da cidade de Ponta Grossa, a praça Getúlio Vargas, é muito rica historicamente e foi se modificando ao longo dos anos, ganhando diversas funções. A praça Getúlio Vargas, ou como popularmente também é chamada de “praça dos bichos”, está localizada no bairro Nova Rússia e as principais ruas que a cercam são: Avenida Ernesto Villela e Rua Maurício de Nassau. Ao seu entorno, encontra-se o Shopping Total, farmácias, o Colégio Estadual Amálio Pinheiro e vários comércios ligados à venda de peças para automóveis.

Atualmente, dentro da praça encontram-se várias construções: O parque infantil, academia ao ar livre, uma cancha de bocha, o ginásio de esportes Zucão, a Fundação Municipal de Promoção ao Idoso (FAPI) e um ponto de táxi. Além dos bancos, mesas de concreto e banheiros. Segundo relatos históricos, na década de 1930, a praça se chamava Praça Bernardes Moreira Garces. Já em 1956, ganhou o nome de Praça Getúlio Vargas.

Conversando com uma pessoa idosa, a praça será majoritariamente denominada como praça dos bichos, pois em determinado momento, lá esteve instalado algum tipo de zoológico, que provavelmente marcou a memória coletiva de toda uma população de um determinado período. A praça também foi e ainda é conhecida como “Praça do Zucão”, pois o ginásio era bastante utilizado para práticas esportivas, que nos dias atuais já não é mais tão frequente.

Por fim, algumas pessoas, geralmente mais novas, chamam a praça de “Praça dos velhos”, devido ao grande número de idosos que frequentam esse espaço. Portanto, o nome não oficial é o que o espaço significa na subjetividade da população local. Contudo, devido a FAPI estar localizada nessa praça, grupos da terceira idade frequentam o espaço, utilizando sua infraestrutura para socializar com seus pares. As mesas sempre estão ocupadas por grupos engajados em jogos de baralho.

A praça durante o dia é frequentada por muitas pessoas, seja por idosos e até estudantes e trabalhadores que resolvem diminuir as distâncias por ali, mas a noite ela se torna perigosa pois, possui pouca iluminação. No entanto, a Praça é um lugar que pode despertar as mais variadas memórias às pessoas que à frequentam, sejam elas, de apenas um indivíduo ou um grupo. Essas memórias podem ser de diversos sentimentos como: alegria, tristeza, dor.

Sua ocupação pode ser apenas como local de descanso para uns ou moradia para outros, que procuram em suas estruturas uma proteção para o frio da cidade. Atualmente, pode se dizer que a praça Getúlio Vargas conta com uma infraestrutura diversificada, as quais atraem um fluxo de pessoas de diferentes idades ao local.

Destaca-se a importância da realização de atividades como as culturais, de assistencial social e de saúde como as realizadas pela FAPI em espaços públicos, visto que projetos como esse trazem uma nova funcionalidade e utilização para esses locais que muitas vezes acabam por ficar esquecidos dentro da estrutura das cidades, além de proporcionar lazer e uma melhor qualidade de vida para a população que os frequenta, sendo no caso, os grupos de terceira idade da região.

 Tornar praças como a Getúlio Vargas em um local de convívio social englobando diferentes idades é de grande relevância na construção do devido valor que esses locais deveriam receber.

Texto e pesquisa da Adriana Schimicoviaki Krenski; Amanda Carvalho dos Santos; Guilherme da Silva Banaczek e Jessica Fernanda Licheski Lichtenberg orientados pela Professora Doutora do departamento de geografia da UEPG, Karin Linete Hornes.

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