O programa Banco da Mulher Paranaense completa um ano com a liberação de R$ 38 milhões para empreendedoras por meio de linhas de crédito da Fomento Paraná – instituição financeira estadual. Lançado em 24 de setembro do ano passado, o programa atendeu quase 3 mil pequenos negócios com participação feminina.
“Essa iniciativa nasceu da determinação do governador, cumprindo o plano de governo, para criar instrumentos capazes de fortalecer o empreendedorismo feminino no Estado”, afirma o diretor-presidente da instituição, Heraldo Alves das Neves. “Coube à Fomento Paraná desenvolver linhas de crédito com condições diferenciadas para atender essas empreendedoras, que movimentam a economia e são responsáveis por milhares de empregos diretos e indiretos.”
Quase 90% dos recursos liberados foram da linha de microcrédito, com limites de até R$ 10 mil para empreendedoras pessoa física e até R$ 20 mil para pessoa jurídica (MEI, EI, EIRELI), com faturamento bruto anual de até R$ 360 mil. O restante foi captado por micro e pequenas empresas dos mais diversos segmentos da atividade econômica.
“Diversos estudos mostram o aumento da participação da mulher no mercado de trabalho, nos negócios e como chefe de família, mas verifica-se que ainda há barreiras muito grandes a serem superadas, como o acesso ao crédito. Por isso é tão importante a criação de políticas públicas como o Banco da Mulher Paranaense”, afirma a primeira-dama Luciana Saito Massa, presidente do Conselho de Ação Solidária. Ela é uma das madrinhas do programa junto com às empresárias Monica Berlitz, criadora da comunidade de empreendedoras Clube da Alice; Luciana Burko, da Câmara da Mulher Empreendedora e Gestora de Negócios de Curitiba, e Cris Mocellin.
ESTUDOS – Estudos avaliados pela Fomento Paraná na preparação das linhas do Banco da Mulher Paranaense mostravam que, em geral, elas recebem salários menores e que uma grande parcela precisa diversificar as formas de sobrevivência, inclusive pela crescente participação feminina como provedora do lar nos novos arranjos familiares. Com isso, vem crescendo a participação empreendedora feminina.
Entretanto, nem sempre isso está vinculado a uma ação profissional formalizada. Em geral, as mulheres têm pouca ou nenhuma orientação de gestão e, principalmente, sofrem com a grande dificuldade para acesso ao crédito para impulsionar seus empreendimentos.
UM ANO DEPOIS – A primeira empreendedora a obter um financiamento da linha Banco da Mulher Paranaense foi a manicure Luciana Lemes, que participou do lançamento. Luciana trabalhava como autônoma havia sete anos e fazia atendimentos a domicílio, e conheceu o programa por meio do aplicativo Paraná Serviços, do Governo do Estado. Ela investiu o dinheiro comprar materiais, criar um espaço físico para trabalhar junto com a filha e profissionalizar o serviço prestado às clientes, na região Central de Curitiba.
Mesmo com as dificuldades provocadas pela pandemia da Covid19, Luciana conseguiu manter o salão em atividade e até abriu espaço para duas profissionais do ramo que atendiam em salões de beleza vizinhos, mas que encerraram as atividades. “Consegui concretizar meu objetivo, que era que o negócio não fosse apenas para mim e minha filha, mas que pudesse trazer outras profissionais para trabalhar e ganhar seu sustento também”, conta ela.
A empreendedora também aproveitou a oportunidade aberta pela Fomento Paraná, permitindo a suspensão de pagamentos e renegociação de prazos, a partir do início da pandemia. “A renegociação deu um fôlego, porque o movimento de clientes caiu bastante e ficamos um bom tempo se poder atender. Felizmente o proprietário do imóvel também deu um desconto e com isso estamos conseguindo manter o empreendimento”.
AEN