Câmera flagra casal com mala usada para esconder corpo de menina em Indaial; assista
7 de março de 2024
- Atualizado há 4 meses atrás
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Por Redação 97
Imagem obtida pelos investigadores (Foto: Reprodução)
Uma câmera de segurança flagrou parte da ação do casal apontado pela Polícia Civil como responsável por matar uma menina de três anos em Indaial, no Vale do Itajaí (assista abaixo). A mãe e o padrasto de Isabelle de Freitas aparecem em imagens carregando a mala usada por eles para levar o corpo da pequena até o local onde foi enterrado. O padrasto cavou uma cova com as próprias mãos na mata após o assassinato da criança, segundo o delegado Filipe Martins.
Conforme a gravação, era pouco antes das 16h de segunda-feira (4) quando os dois são flagrados caminhando juntos. O homem está carregando uma mala. Eles olham para os lados, como se cuidassem para ninguém os ver, e deixam a bolsa ao lado de um poste, na calçada. Depois, saem do local. Pouco antes disso, segundo a investigação, o casal foi ao pé a uma área de mata perto de onde moram, próximo da BR-470, e colocou a pequena em uma cova rasa.
O próprio padrasto indicou o local aos agentes.
No horário que aparece nas imagens, segundo o relato inicial do casal, a menina já estava desaparecida e os dois mantinham uma história indicando que Isabelle tinha sido sequestrada. O padrasto chegou a conversar com a reportagem do NSC Total antes de ser interrogado, na tarde de quarta (6). Em meio às lágrimas, reafirmou a versão de sumiço da enteada, declarou amor pela pequena e disse que o sentimento era de “dor e culpa” por ter deixado alguém levá-la.
Vizinhos ouviram brigas na casa
O delegado afirma que as histórias contadas por eles pareciam bastante ensaiadas. Ao ouvir os relatos de vizinhos, veio a informação de que na manhã de segunda (4) houve uma briga na residência. De imediato a situação levantou suspeita. Um homem que se apresentou como missionário de igreja e mora com a família há duas semanas disse ter ouvido os choros da criança, mas afirmou não ter visto o que ocorreu de fato. A polícia, em princípio, descarta o envolvimento dele no crime.
Os agentes dizem que a criança sofreu espancamento até a morte. A casa passou por perícia e vestígios de sangue foram encontrados. O padrasto confessou ter iniciado o ataque à pequena e depois a mulher teria participado também. Ela negou ter agredido a criança. Entretanto, ao se darem conta da morte da menina, combinaram a história de suposto sequestro para tentar despistar a polícia. Chegaram a chamar um carro de aplicativo durante a tarde para que o veículo aparecesse na rua e os vizinhos vissem.
Isso, para a dupla, sustentaria a tese de sequestrado. Entretanto, os agentes encontraram o motorista de aplicativo. O homem contou ter recebido um pedido de corrida para o endereço da família, foi ao local e esperou por cerca de cinco minutos. Mas como ninguém apareceu, ele desistiu do chamado. Ao longo daquela tarde, os vizinhos relatam que o casal foi nas casas perguntando se alguém tinha visto a pequena, para tentar simular uma preocupação.
Cães farejadores chegaram a ser mobilizados para procurá-la na área de vegetação ao lado da casa da família, considerando a possibilidade de Isabelle ter caído no barranco e se machucado. O corpo de Isabelle foi encontrado no início da noite de quarta (6), não muito longe da residência, mas no sentido aposto ao local onde os bombeiros a procuraram.
O casal teve a prisão preventiva decretada pela Justiça. O inquérito tenta esclarecer agora se houve um homicídio ou um caso de tortura com resultado morte, cuja pena é ainda maior. A mulher tem outro filho, de seis anos, que morava na casa. Ele foi acolhido pelo Conselho Tutelar. Conforme a polícia, o órgão já tinha recebido denúncias de maus-tratos contra as crianças.
Caso demorou a vir à tona
O sumiço da menina de apenas três anos veio à tona durante a quarta-feira (6), mas chegou ao conhecimento da Polícia Militar na segunda (4) à tarde, quando o padrasto ligou para o 190. Uma guarnição foi ao local e com a ajuda de um bombeiro fez buscas na região. Desde então os agentes perceberam que os relatos não pareciam reais. Durante a terça (5), a PM diz que continuou procurando, mas novamente sem sucesso.
Nesse dia, a madrinha e tia da criança procurou a imprensa e estranhou o fato de mãe de Isabelle não querer dar entrevista. Morgana Sehnem foi quem contou aos noticiários sobre o sumiço e publicou nas redes sociais. Logo houve uma série de compartilhamentos e a história se espalhou. Na quarta pela manhã a Polícia Civil foi informada. Ao longo da tarde, muitos conhecidos do casal estiveram na delegacia e logo eles acabaram confessando.
Morgana, que é irmã da mãe de Isabelle, relatou que no fim do ano a menina tinha aparecido com uma queimadura, mas teria ouvido que ocorreu um acidente com café. Ela mora em Ibirama e estava em Indaial na tarde de quarta para buscar o sobrinho mais velho quando recebeu a notícia da morte da pequena.