Botulismo: o que é e como evitar a intoxicação alimentar que pode levar à morte
21 de maio de 2019
- Atualizado há 4 meses atrás
6 minutos de leitura
Por Redação 97
A hospitalização de duas irmãs na Argentina, em estado grave, trouxe à tona o alerta sobre uma grave intoxicação decorrente da alimentação.
Internadas na semana passada, elas apresentaram “sintomas compatíveis com o botulismo” após consumirem homus mal conservado.
O botulismo pode causar complicações como fraqueza prolongada, mau funcionamento do sistema nervoso e problemas respiratórios agudos.
Se não for tratada a tempo, essa intoxicação pode acabar sendo fatal – embora autoridades em saúde de vários países alertem que os casos são pouco frequentes.
Os casos que de fato acontecem, porém, coincidem em algo: os pacientes adoeceram depois de consumir alimentos mal processados ou conservados.
Qual é a origem?
O botulismo é causado por uma toxina liberada pela bactéria Clostridium botulinum.
As bactérias em si não são prejudiciais. Na verdade, elas estão presentes no ambiente de maneira geral, em lugares com falta de oxigênio. É o caso de conservas de alimentos, em que os esporos (unidades de reprodução) da bactéria começam a liberar a toxina.
“Isso ocorre principalmente em conservas feitas sem as devidas precauções e em alimentos indevidamente processados, enlatados ou envasados em casa”, explica a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Na realidade, o nome da bactéria vem do botulus, palavra em latim para salsicha – na época da descoberta da intoxicação, era o alimento que mais frequentemente espalhava o problema.
Como o botulismo pode se propagar?
A OMS adverte que este tipo de intoxicação não pode ser transmitida de pessoa para pessoa, embora ela possa, sim, ser repassada especificamente pelo contato com feridas ou pela inalação.
Há ainda o botulismo infantil, em que as bactérias presentes no ambiente infeccionam o intestino de crianças.
Mas a toxina botulínica é transmitida principalmente por meio de alimentos mal processados ou com um nível muito baixo de acidez.
Na lista de produtos a considerar, a organização internacional inclui vegetais enlatados com baixa acidez, como feijão verde, espinafre, cogumelos e beterraba.
Carnes cruas ou peixes preservados por salga ou defumação deficientes também podem apresentar a toxina.
O mesmo vale para vitaminas e suplementos alimentares.
“Casos de botulismo de origem alimentar são frequentemente relacionados a alimentos prontos para consumo, embalados com pouco oxigênio”, diz a OMS.
Quais são os sintomas desta intoxicação?
A organização sem fins lucrativos Mayo Clinic aponta que os primeiros sinais mais evidentes de intoxicação incluem fraqueza muscular, pálpebras caídas, voz fraca, vertigem, secura na boca e visão turva.
As toxinas botúlicas são neurotóxicas, o que significa que afetam o sistema nervoso. Isso leva a uma paralisia e uma flacidez que podem produzir insuficiência respiratória.
Com isso, um caso não tratado pode levar a um estado de saúde ainda mais grave.
Quando os efeitos do botulismo começam a ser sentidos?
Os sintomas normalmente se manifestam entre 12 e 36 horas após a ingestão do produto em más condições.
O prazo mínimo é de quatro horas e o máximo, de oito dias, explica a Agência Espanhola de Defesa do Consumidor, Segurança Alimentar e Nutricional.
Como o botulismo pode ser prevenido?
Uma vez que a intoxicação pode ser gerada a partir da comida enlatada, a vácuo ou com baixa acidez, a primeira pista de que um produto não está em condições será a embalagem.
As latas amassadas ou mal fechadas são os principais inimigos.
Salsichas e outros embutidos caseiros ou de proveniência duvidosa também devem ser evitados.
“A prevenção é baseada em boas práticas de fabricação, particularmente preservação e higiene, e o botulismo pode ser evitado pela desativação de esporos bacterianos em produtos esterilizados”, diz a OMS.
Qual é o tratamento?
“Se você for diagnosticado com botulismo alimentar ou uma lesão precoce, a injeção de antitoxina reduz o risco de complicações, embora não possa reverter os danos já causados”, explica a clínica Mayo.
Os antibióticos só são recomendados caso a toxina tenha entrado na corrente sanguínea por meio de uma ferida.
Quando o caso já está avançado e é diagnosticado tardiamente, é provável que o paciente precise de um respirador mecânico à medida que a toxina é liberada no corpo.
Matéria do G1.
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