As estratégias de vida capazes de combater a ansiedade
31 de maio de 2019
- Atualizado há 3 meses atrás
4 minutos de leitura
Por Redação 97
A pessoa que vive a maior parte do tempo em estado de alerta, irritada, impaciente, com medo de tudo, enxergando só os aspectos negativos, pode estar imersa em um transtorno de ansiedade generalizada.
E dá para curar a ansiedade? Segundo a psicóloga Vania Calazans, especializada no tema, a ansiedade é um condição natural do organismo, uma resposta de sobrevivência ao estresse, um estado que coloca o ser humano em alerta. Ela passa a ser considerada patológica quando traz prejuízos para a vida profissional, pessoal e social. Mas é possível aprender a identificar a ansiedade e adotar medidas concretas para atenuar os efeitos.
— Profissionalmente, por exemplo, a pessoa se sobrecarrega de tarefas e sempre tem a sensação de que pode mais, não coloca limites e vai acumulando funções, gerando um desgaste. É muito comum confundirem ansiedade com pró-atividade. O ganho secundário é a sensação de competência e poder. São pessoas que fazem muitas coisas o tempo todo. Mas é possível ser pró-ativo e calmo, tranquilo. Os ansiosos são também muito autocríticos, autoexigentes e autoeficazes. Toda pessoa ansiosa é muito controladora e não consegue lidar com frustração. Elas não aceitam que não deram conta.
É preciso entender como a ansiedade funciona. Ela está relacionada aos primórdios da humanidade, quando o homem tinha de sair para caçar e a sobrevivência era um estresse. É instintivo. Aumenta a frequência cardíaca e a respiratória e há três respostas possíveis: lutar, fugir ou paralisar, que o ser humano carrega até hoje.
— No momento em que a pessoa está ansiosa ela não consegue raciocinar, ponderar, ter lógica. Se alguém vem pedir para ficar calmo, o ansioso não está aberto a ouvir. Só vai poder ouvir quando estiver lúcido.
O ansioso começa a criar limitações para a vida, desenvolve medos de sair, de entrar no elevador, de pegar o carro. A crise de pânico é a resposta clássica a todos os sintomas, quando o cérebro está interpretando tudo como perigo muito intenso. A depressão, que é irmã da ansiedade, também pode colaborar para intensificar os episódios de crise. Combate diário
Para quem não está neste nível de sofrimento, que exige tratamento psicológico e medicamentoso, a respiração diafragmática é o melhor dos remédios. De acordo com Vania, ela faz o que o calmante faz, tira a ansiedade na hora pois diminui a frequência cardíaca e a respiratória.
— Ansiedade começa no físico. Respirar pelo diafragma é muito difícil, chato, irritante para um ansioso. O cérebro quer que fique em alerta. Mas quando a pessoa aprende e faz com objetivo o resultado é imediato.
Outra dica é a atenção plena. O ansioso, explica Vania, ou está lembrando de toda a desgraça que já aconteceu ou está com medo do futuro.
— Fazer as coisas com atenção melhora esse estado ansioso. A pessoa precisa querer trabalhar sua ansiedade. Daí pra frente, é treino. É um exercício mental de atenção plena. A respiração deixa a pessoa mais tranquila e só então ela consegue raciocinar e pode enxergar a realidade. Quando aprende a gerenciar a ansiedade a sensação é de liberdade.
Da redação Portal Cultura Sul FM.
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